domingo, 27 de dezembro de 2009

Sondagem 2 – 1ª parte (A traição e as tarefas domésticas)

Terminada que está a 2ª sondagem guerreiro da luz, é chegada a hora de mostrar os resultados e tirar as respectivas conclusões.

Muitas coisas interessantes e óbvias por vezes não são percepcionadas por se perderem no enredo das vidas individuais. Os questionários resolvem esse problema. Os questionários juntam as peças do puzzle e formam uma imagem nítida que embora sempre lá tenha estado, não podia ser vista uma vez que as peças estavam demasiado espalhadas.
Os questionários ajudam a ver os padrões da vida.
Vamos então ver alguns deles:

1 1- Estás inscrita em algum ginásio?


Quase 70% das meninas dizem estar ou terem estado recentemente inscritas num ginásio. Porquê? Convívio e saúde, sendo que a 1ª é avaliada como indispensável para a 2ª.

Resta-me só apontar o facto de quase nenhuma ter mencionado o físico...devemos portanto concluir que as mulheres praticam actividades físicas para se manterem bem emocionalmente. Será que praticam actividades emocionais para se manterem bem fisicamente?

Hmmm...

22- Desculparias uma traição?
  
Resposta: Sim. Voltarias a confiar na pessoa? Nem pensar nisso.

Estou bastante agradado com a generalidade das respostas que recebi. Na teoria, basicamente, as senhoras dizem que embora não perdoem a traição e mandem o moço à vida dele, aparentemente elas não guardam grandes ressentimentos. Sem dúvida, um comportamento muito maduro e consciente.
Um viva para as mulheres!

HIP! HIP!... :)

Não posso, no entanto, deixar de pensar que é muito fácil responder a um simples inquérito...e se a decisão não passar propriamente por pensar lógica e racionalmente nas coisas?...

Pois é...questões que envolvam uma ligação emocional grande acabam por fugir a quase todas as estatísticas. Enquanto isso acontecer vai continuar a haver mulheres traídas e enganadas que culpam a sua “sorte” com os homens.

Se a mulher não tem a coragem de penalizar o homem traidor ele vai, simplesmente, continuar a fazer o mesmo...independentemente do que ele prometa.

Porquê?

Porque um homem que não é suficientemente íntegro para ser fiel à relação de exclusividade que tem, é um homem que não é suficientemente íntegro para ser fiel à sua palavra.

E um homem sem palavra constrói frases ocas que se evaporam no ar.

Também porque a razão que o levou a trair ainda não foi focada e corrigida.

A generalidade dos homens não deixa de trair só pela simples ideia do mal que pode fazer a si, à relação ou à pessoa com quem a tem. Se assim fosse ele nunca teria traído na 1ª vez pois já nessa altura ele tinha perfeito conhecimento disso.

As razões que o levam a trair não são lógicas logo, as formas que impedem de o voltar a fazer também raramente o são.

As empresas tabaqueiras não têm o mínimo problema em colocar frases nos seus maços de cigarros que desencorajem racionalmente o acto de fumar. Elas sabem que o acto de fumar começou e é mantido por uma reacção emocional logo só vai ser aniquilado por outra. Argumentos lógicos e racionais não fazem a massa deixar de fumar, a pessoa que fuma sabe perfeitamente que fumar provoca o cancro, ela não aprende nada quando lê as frases a negro pintadas nos maços.

Campanhas bonitinhas que tentam mostrar as consequências de conduzir embriagado ou de fazer manobras perigosas são uma perca de tempo e de dinheiro.

A história já nos mostrou vezes sem conta que a humanidade não responde à lógica. Ela ainda não evoluiu o suficiente para isso.

Para o homem comum, trair é um acto automático, basta que surjam as condições ideais para tal. Ele depende de factores externos e reage de acordo com eles.

Para um homem de qualidade a traição pura e simplesmente não é uma opção. As suas acções não dependem de factores circunstanciais à volta nem ele é regido ao sabor do ambiente. Ele depende antes daquilo em que acredita. Ele tem princípios. Ele nunca trai ninguém. Em nenhuma circunstância. Em nenhum sentido da palavra. Nunca. Jamais.

O homem comum não deixa de trair quando vê o mal que está a fazer, ele fá-lo quando vê o bem que pode criar.

Ele não deixa de trair só porque a mulher é tudo aquilo que ele sonhou e mais, ele fá-lo quando ganha auto-respeito. Porque se ele não tem auto-respeito, então ele não pode dá-lo a ninguém.

Se ele não tem amor dentro dele ele não pode amar ninguém. Se ele não tem alegria ele não pode exteriorizá-la e contagiar os outros. Se a única coisa que ele tem é falta de auto-respeito então é isso que ele dá aos outros. Desrespeito.

E como sabes, tu recebes o que dás.

Se dás ódio és odiado, se dás amor és amado e se dás desrespeito és desrespeitado.

Estás a ver o ciclo que se cria não estás?...

A traição é a maior demonstração possível de desrespeito para com a relação e para com a pessoa com quem a temos. De igual modo, perdoares uma traição por “dá cá aquela palha” ou como algo relativamente normal que também “faz parte”, é desrespeitares-te. É mostrares que dentro de ti jaz um túmulo negro de falta de respeito próprio.

Se o que tens dentro de ti é desrespeito é isso que vais dar aos outros e, consequentemente, é isso que vais receber dos outros.

Se não quebras o ciclo não importa com quantos homens inicias uma relação. Vais sempre ser traída e desrespeitada de mil e uma maneiras.

Não admitas nada menos do que a total, completa e inequívoca honestidade mesmo que isso te traga algumas amarguras iniciais.

Se és traída com uma facada nas costas tens de ser implacável.

Ponto final. Parágrafo. 

Tu não passas a odiá-lo e tu não foges. Tu ouves sempre o que ele tem a dizer e as razões que o levaram a trair-te porque ninguém é perfeito. Mas tu não te deixas cair na canção do bandido nem perdes tempo com histórias da carochinha. Também não escutas a voz do teu coração quando ele fala, ouves antes a voz serena que está por trás dele. Se o fizeres vais perceber se a sua acção se deveu a uma má adaptação ou a um simples impulso primário que ele não consegue nem pretende controlar.

Tu não ouves o que ele diz, tu sentes o que ele diz. Tu prestas atenção à forma como ele diz.

Se és homem e não estás satisfeito com a relação que tens simplesmente acabas com ela, não trais a tua parceira. Se, por outro lado, tens a relação que sempre quiseste o que procuras mais?

Teoricamente simples. Emocionalmente complicado.

O grande problema é que ao acabar a relação, o homem deixa de ter o poço de validação que uma namorada/esposa proporciona.

Ele precisa dessa validação pois não tem genuína auto-confiança.

Sem ela ele sente-se inseguro e vazio.
Sendo inseguro e vazio ele não consegue atrair mais mulheres.

Não conseguindo atrair mais mulheres ele não consegue colmatar o vazio.

É um pau de dois bicos. Este aparente beco sem saída é a razão para se trair alguém.

33- E tu, serias capaz de trair? (Sinceramente...) Mesmo que a resposta seja não, imaginando que isso acontecia, ficarias tentada a contar-lhe? Achas que acabarias por fazê-lo?

Ao fazer esta questão queria ver o outro lado da moeda. E o outro lado da moeda não é tão bonito...

Se por um lado as senhoras não admitem serem traídas, por outro parece que não vêem grande problema se forem elas a fazê-lo.

77% das mulheres deste estudo já traiu ou encara isso como uma possibilidade. De acordo com as respostas, existe uma ligeira tendência para contarem que traíram.

Devo dizer que não estava à espera disto e que acho que não vale a pena comentar...

44- De 1 a 10 qual a importância que, para ti, o sexo tem numa relação?

Média de todas as respostas: 8.6

Sexy time! Naugthy, naughty... lol

55- Porque é que manténs uma fotografia minha, em A4, debaixo da tua almofada e adormeces a olhar para ela todas as noites?

Paixão arrebatadora e suores frios foram as respostas mais frequentes. De salientar que muitas das ditas fotos já têm direito ao seu próprio altar com velinhas perfumadas e música romântica dos anos 80, sendo inclusivamente um local de culto para algumas tribos da Amazónia e países Nórdicos.

66- Qual é a tua tarefa doméstica preferida?

Lembrei-me de colocar esta questão na sondagem, num dia em que, num jantar em casa de um casal amigo, assisti a uma pequena discussão sobre a repartição das tarefas da casa. Embora as coisas estejam a mudar ligeiramente, parece que a ideia de que a mulher é uma empregada a tempo inteiro ainda persiste e imaginei que muitas mulheres ainda se deparem com o serem vistas na obrigação de fazerem tudo o que diz respeito a tarefas domésticas.

É claro que eu não sou nenhum expert nesta matéria mas, ainda assim, cá vai a minha pequena contribuição.

Não acho que os casais de até há 20 ou 30 anos tivessem uma ideia mal formada e os homens fossem uns estafermos que punham tudo em cima dos ombros da mulher. Até há 20 ou 30 anos atrás, a maior parte das mulheres não tinha um trabalho fora de casa e era mais do que justo e natural que fossem elas a tratar de tudo o que diz respeito às lides domésticas.

Obviamente os tempos são outros e hoje em dia muitas mulheres são literalmente exploradas em fábricas têxteis e afins e têm alguns lugares de destaque na economia.

Independentemente disso, as tarefas continuam a precisar de ser realizadas.

Aqui é que a porca torce o rabo.

Os papéis domésticos solidamente estabelecidos durante séculos, estão neste preciso momento a levar um abanão do caraças.

Os homens que sempre viram como inconcebível terem um papel na cena doméstica estão a ser confrontados com mulheres que chegam estoiradas a casa, tal e qual como eles.

Alguns homens começam a entrar timidamente “em cena”.

É uma entrada muito vacilante uma vez que ao fazê-lo estão a por em cheque o seu papel de macho dominante que, por exemplo, deixa de ir para a rua “lutar” por comida e passa também a ter de prepará-la com amor e carinho em casa...passa de activo, de forte, de masculino, de “ir buscar”, de providenciar e de mil e uma coisas desde sempre ligadas ao homem para cuidar, preparar, acarinhar, limpar, bordar e sabe deus mais o quê...

Atenção: Nenhuma destas características é mais importante que outra. Todas são necessárias. O problema aqui é que há tarefas masculinas e femininas. O problema aqui é que a essência de cada sexo está preparada para fazer coisas diferentes entre si. Caso contrário não haveria atracção, não haveria um complementar de tarefas que juntas são uma só, não haveria uma harmonia entre os opostos.

Os homens não estão biologicamente preparados para tratar ou cuidar, as mulheres não estão biologicamente preparadas para providenciar ou proteger.

É a natureza.

Por alguma razão, as tarefas domésticas sempre couberam à mulher. Porque elas são absolutamente fantásticas nesse papel! Elas estão biológica, física, emocional e mentalmente preparadas para o desempenhar.

Por isso é preciso entender que esta aparente simples troca de papéis desencadeia muitas perturbações das posições sexuais que foram construídas ao longo de muitas e muitas gerações.

Ok, resumindo e concluindo. A mulher saiu de casa para ajudar a trazer mais dinheiro para o orçamento familiar. O homem vê-se confrontado com um papel totalmente estranho e desconfortável para ele. Ele vai ter de o desempenhar sob pena de dar um xelique à mulher.

Começou então a impor-se a questão: Quem faz o quê?

Partindo das cartas que já foram jogadas e estão em cima da mesa e não do que seria biologicamente natural vamos tentar perceber qual é a melhor forma de lidar com esta questão.

E que forma mais simples de dividir as tarefas do que começar por saber quais são as mais agradáveis para cada sexo? (Pensei eu)

E as senhoras foram expressivas. Esta questão Nº9 é uma daquelas questões que à partida não tem grande ciência mas que depois dá-nos uma lição do caraças sobre os sexos e sobre a repartição de tarefas.

As respostas das nossas meninas foram relativamente variadas mas ao ler uma a uma comecei a notar...padrões. Por variadas que fossem as tarefas eleitas, geralmente envolviam...xan xan xan xaaaaaaan...água.

Porquê água? O que tem a água de especial?

Bem, à partida podes não ver grande ligação mas as mulheres e a água têm uma relação única. Na verdade, laços muito fortes unem a mulher, a água e um 3º elemento: A roupa. A mulher vive rodeada de roupa e de água toda a sua vida.

O homem também, é claro, mas o envolvimento é completamente distinto...

Antigamente a lavadeira da aldeia era a auxiliadora das duas passagens, do nascimento e da morte. Ela lavava as faixas do recém-nascido e a mortalha que envolvia o defunto. Nas duas passagens havia sempre 3 factores comuns: A mulher, a água e a roupa.

A mulher é também a “guardiã do enxoval”. O enxoval simboliza a omnipresença da roupa na vida das mulheres. Este dote feminino, embora tenha perdido algum simbolismo, foi usado como autêntico instrumento de promoção social e sinal da honra da dona da casa.

Em todo o local onde houver roupa, há-de estar a mulher.

Em todo o local onde estiver a mulher, há-de haver roupa.

Em nenhum domínio a roupa deve estar sob a responsabilidade do homem.

Para além do longo passado de feminilidade ligado à roupa, os homens são terríveis a lidar com ela.

Tal ideia já te deve ter passado pela cabeça quando entras no quarto do teu irmão e vês uns boxeurs em cima do candeeiro e roupa suja com 1 mês, amontoada ao lado da banheira.

Caso contrário, lamento ter de destruir a memória que tens daquele homem musculado em avental a passar peças de roupa a ferro, que recebes-te por e-mail mas isso não é o homem perfeito, isso é a mulher perfeita... lol

Regra geral, colocar um homem responsável por roupa, é assinar uma sentença de morte tecidual.
Alguns vão arder, outros vão mudar de cor e muitos vão simplesmente desaparecer.

Quer dizer, basta olhar para a típica cultura da roupa “jovem” masculina. Toda ela tem um factor em comum: Desleixo.

Uma das maiores características da roupa dos rapazes é requererem um tempo de cuidado muuuuito reduzido...jeans, blusões de couro, t-shirts, s-shirts. Roupa que requer pouca atenção. Roupa rasgada, roupa ostensivamente amarrotada e usada da forma mais descontraída possível.

Isto é um grito alto e bom som da classe masculina, recusando os valores domésticos em geral mas principalmente os cuidados com a roupa.

As mulheres são o completo oposto. As mulheres são quase que obcecadas por roupa. Elas combinam as cores da roupa com os acessórios, com os sapatos, com a maquilhagem, com o seu humor e com o tempo que vai fazer hoje. Elas parecem ter grande prazer em passar o máximo de tempo possível a tratar, a apreciar e a experimentar tecidos.

Roupa = Feminino

A roupa sempre foi um elo de ligação que a mulher mantém com o homem. Atribuir a responsabilidade da roupa ao homem é quebrar esse elo.

Até em família.

Um filho que vai aos fins-de-semana visitar os pais, na maior parte das vezes leva roupa para a mãe lavar. Se por um lado é um pouco mais de trabalho extra para ela, por outro é uma ligação semanal que ela consegue manter através da roupa.

O dia que o filho arranja uma mulher ou passa a levar a roupa a uma lavandaria, afirma-se independente dela e, quebra o elo.

As visitas diminuem substancialmente.

Portanto, na verdade, não é que os homens morram se forem obrigados a tratar da roupa deles. O que se passa é que o elo é quebrado e o distanciamento aumenta. O que se passa é que a inversão de papéis traz mais desvantagens que vantagens.

Vê por exemplo o exército. Pode parecer um paradoxo que a vida militar, tão assente em valores masculinos e viris assente nos gestos mais femininos à face da terra.

No exército existem redobrados cuidados com a roupa.

A marinha tem fardas incrivelmente complexas e ornamentadas, na tropa elas devem ser dobradas de acordo com as normas e mantidas sempre num brinco.

Sabendo o que acabei de relatar em cima, a tropa obriga os soldados a tratar impecavelmente da sua roupa para conseguir quebrar o elo que têm com a mãe ou esposa cortando assim grandes laços familiares.

O que ganha a tropa em ter homens sem elos à família?

Muita coisa.

À partida ganha soldados mais fiés e destemidos. Ganha também ela própria uma família porque muitos soldados que perderam os maiores elos com a sua família de sangue começam a estabelece-los com a tropa.

A tropa, ela própria, começa a ser uma grande e unida...família.

Rompendo com a família de origem e mais propriamente quebrando a ligação mulher-roupa-homem a tropa consegue mais soldados que lutam sem medo e que morrem no campo de batalha se for preciso. Tudo em nome da sua nova família militar.

Falei em cima em aparente paradoxo porque, embora os soldados aparentem ser relativamente felizes cuidando da sua própria roupa, a prova de que isso não é assim é que, os únicos que ao saírem da corporação mantêm esse hábito são os que não têm uma mulher à espera deles “cá fora”.

Todos os outros reconstroem o elo quebrado.

Quanto à água...sabes qual é um dos factores que qualquer mulher te dirá imprescindível num homem?

Ele tem de ser “lavadinho”...

Ah pois é bebé. Pergunta a qualquer mulher.

O homem tem obrigatoriamente de ser “lavadinho” e “cheirosinho”.

Aqui não há galã que resista. Isto é tipo o teste do algodão. Nunca falha. :)

As mulheres ADORAM água. Regra geral as mulheres são hiperlimpas e hipercheirosas!

Por vários motivos, demasiado extensos para expor aqui, a natureza da mulher depende em grande medida da água.

Muita publicidade a produtos femininos promete às mulheres “Limpeza” e “Frescura”.

Mesmo emocionalmente, quando as mulheres não estão bem elas sentem-se “sujas”.

Existe um sem fim de ligações MULHER-ROUPA-ÁGUA.

Á partida esta será uma boa ideia para começar a dividir tarefas.

Bem, o post já vai longo.

MUITA coisa mais haveria a dizer sobre esta matéria mas penso que deu para ficares com uma ideia.
Vamos só rever os 5 pontos essenciais desta salganhada:

1-   O desenvolvimento trouxe uma necessidade que choca com papéis milenares.

2-   Mantendo-se essa necessidade, ou a mulher deixa de trabalhar, ou contrata uma empregada, ou as tarefas têm de ser divididas.

3-   Uma vez que a 1ª hipótese parece estar fora de questão e a 2ª não é para todos, é bom que comecemos a pensar na maneira mais natural de lidar com esta revolução de papéis.

4-   Para fazer isso é preciso entender que existem tarefas naturalmente femininas e naturalmente masculinas que quando não respeitadas danificam muitas outras facetas do casal e da vida privada.

5-   Resolver um problema para criar meia dúzia não é lá grande ideia, portanto, atribuir tarefas com o ponto 4 em mente é a chave para uma distribuição relativamente pacífica e harmoniosa.

 Volta daqui a uns dias para leres a 2ª parte da sondagem.

Chuta qualquer dúvida que possa ter ficado por esclarecer para:


David Veríssimo

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O que é um guerreiro da luz?

Depois do filme, o livro.

O livro que vou apresentar de seguida talvez muitos já o esperem. De certa forma era inevitável uma vez que foi ele a minha inspiração inicial.

Não estamos aqui a falar de um livro qualquer, estamos a falar de um livro complexamente simples. Estamos a falar de uma autêntica bíblia do auto-conhecimento. Estamos a falar de um manual. Não! Estamos a falar de O manual.

O Manual do Guerreiro da Luz.

 

Escrito pelo Carioca Paulo Coelho, este é um livro que consegue descrever o indescritível. A aparente simplicidade das suas palavras vai acompanhando o amadurecimento do leitor acabando por revelar todos os seus tesouros escondidos...a quem os souber reconhecer.

Sim, porque este livro não foi feito para ser lido por todo o mundo. Este livro só pode ser lido por quem tem olhos que vejam. Este livro só pode ser lido por que tem ouvidos que escutem.

Só quem consegue escutar os sinos que o mar faz tocar no seu leito consegue ler este livro.

E tu? Consegues ouvi-los?:

“O guerreiro da luz não tem medo de parecer louco.”

“O guerreiro da luz, às vezes, luta com quem ama.”

“O guerreiro compreende que as experiências repetidas têm uma única finalidade: Ensinar-lhe o que não quer aprender.”

“Para o guerreiro da luz, não existe nada abstracto.”

“Um guerreiro da luz nunca tem pressa.”

“Um guerreiro aproveita toda e qualquer oportunidade para ensinar a si mesmo.”

“Um guerreiro da luz faz sempre algo fora do comum.”

“Um guerreiro da luz, quando começa, vai até ao fim.”

“Um guerreiro sabe que os seus melhores mestres são as pessoas com quem divide o campo de batalha.”

“Um guerreiro da luz medita. Ele sabe que no silêncio do seu coração existe uma voz que o orienta.”

“O guerreiro da luz sabe que é impossível viver em estado de completo relaxamento.”

“Um guerreiro da luz muitas vezes desanima. Ele nem sempre tem fé.”

“Um guerreiro da luz sabe que nenhum homem é uma ilha. Ele dança com os seus companheiros, mas não transfere para ninguém a responsabilidade dos seus passos.”

“O guerreiro da luz sabe que todo o mundo tem medo de todo o mundo.”

“Um guerreiro da luz é fidedigno. Às vezes julga-se mais importante do que realmente é. Mas não mente.”

“É porque pensa que é o que diz, que o guerreiro acaba por se transformar no que diz.”

“Todas as vezes que o guerreiro desembainha a sua espada, utiliza-a. A espada não foi feita para ser usada com a boca.”

“O guerreiro da luz comporta-se como uma criança.”

“Um guerreiro não tenta parecer; ele é.”

“Os guerreiros da luz reconhecem-se pelo olhar.”

“O guerreiro raramente sabe o resultado de uma batalha quando esta acaba.”

“Um guerreiro da luz não se arrepende porque o arrependimento mata. Ele humilha-se e concerta o mal que causou.”

“Um guerreiro da luz compartilha com os outros o que sabe do caminho.”

Tudo isto é ser um guerreiro da luz. Tudo isto e muito mais.
Este é o caminho que escolhi para mim e este é o caminho que te quero mostrar. Sem armaduras pesadas e sem conversa fiada a tentar mostrar uma realidade que não existe. Sem fórmulas mágicas que te prometem mundos e fundos em 5 minutos.

Se vais caminhar ao meu lado precisas de saber a verdade sobre mim sem tretas. E a verdade é que eu sinto-me completamente aterrado.

Quem?!? O guerreiro da luz? Aterrado?! Mas que conversa é essa?

Pois é, lamento desiludir-te mas a minha vida não é o mar de rosas que pode aparentar. Por estranho que te possa parecer, eu não enfardo complicações ao pequeno-almoço e não tenho nenhum “resolve-problemas” dourado e brilhante que uso rápida e habilmente sempre que me deparo com um obstáculo na minha vida.

Nem sempre sei o que fazer e por vezes tenho muitas dúvidas.

Também não tenho duas irmãs gémeas Suecas vestidas de enfermeira à espera do meu estalar de dedos, nem as mulheres me caem aos pés sempre que vou a um bar. Por vezes também fico “encavacado” sem saber o que dizer e também faço “figuras tristes”... :)

Mas fixe! Não há crise. Eu não tenho interesse em criar uma espécie de aura mágica em volta de mim que me faça parecer o rei da macacada.

O importante não é nada disto. Porque se não sabes ficas a saber: Não importa quão espectacular e perfeita uma pessoa aparente ser. Não importa se é o presidente da República ou o campeão da volta à lua em bicicleta. Não importa se é aquela loira em pose inabordável ou aquele homem de olhar assustador e dominante. Sabes que mais? Eles nunca passarão de simples seres humanos de carne e osso com problemas e medos exactamente iguais aos teus. Se pensares bem, acaba por ser óbvio não é?

Pois. É precisamente isso que eu sou. Um gajo simples de carne e osso, que decidiu evoluir custe o que custar.

É só isto que faz a diferença na vida das pessoas. É só isto que importa. O resto é paisagem.

É isto que vais sentir quando tomares a decisão de evoluir e mesmo depois de teres evoluído durante anos e anos a fio: Medo. Muito medo. O medo vai estar presente na maior parte das tuas decisões. Medo do que os outros vão pensar, medo do que os outros vão dizer, medo de não seres capaz, de caíres no ridículo e fazeres figura de palhaço.

Medo.

Esse vai ser o teu baptismo. É o medo que vai separar o trigo do joio. É o medo que vai determinar a fibra de que és feito.

Nem sempre vais conseguir ultrapassá-lo, vai haver dias que não vês nenhum sentido e vais duvidar do caminho da luz e da tua força para o percorrer. Vai haver dias em que vais sentir-te indigno, vais ter atitudes covardes, mesquinhas e infantis.

Não importa.

Quando acordamos de um longo sono, a luz incomoda os olhos...

Tentamos tapá-la com as mãos e queremos que desapareça. Dói-nos a cabeça quando a olhamos directamente.

Não importa.

Desde que nunca abandones a vontade de tentar ser melhor do que és, tudo o resto é completamente indiferente.

“Um guerreiro da luz volta sempre à luta. Nunca por teimosia mas sim por coragem.”

David Veríssimo
planeta.marte@portugalmail.pt ou planeta.venus@portugalmail.pt

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Porque é que é o cão que abana o rabo e não é o rabo que abana o cão? – 2ª parte

É interessante notar que a própria raiz da palavra “emoção” é “movere”. ”Mover” em latim + o prefixo “e” para denotar ‘afastar-se’, indicando que uma tendência para agir está implícita em toda a emoção.




E se numa dada situação não for necessário/lógico agir? E se numa dada situação tivermos de agir ao contrário do que sentimos que queremos fazer com todos os poros do nosso corpo?...



É aí que entra a inteligência emocional, que serve como uma espécie de travão aos impulsos imediatos, não pensados.



Antes de mais nada definamos o conceito: I.E. consiste na habilidade de enfrentar e resolver uma situação emocionalmente instável com sucesso. Basicamente, é aprender a controlar as emoções para que elas trabalhem a nosso favor e não, como é hábito, o contrário, fazendo com que tomemos decisões inadequadas e irracionais.



Para usares o conceito precisas de conhecer os domínios do mesmo. Aqui estão alguns dos que eu considero serem mais importantes.



GESTÃO DE SENTIMENTOS:



Auto-consciência: Conhecer as tuas próprias emoções, reconhecendo um sentimento assim que se manifeste, sendo capaz de distinguir entre sentimentos.



Não é por acaso que este domínio aparece em 1º lugar... A capacidade de nos apercebermos e distinguirmos os nossos estados de espírito e emoções, é a chave para o autoconhecimento e constitui a base do comportamento emocionalmente inteligente.



O que quer que queiras dominar, precisas antes de conhecer. É assim fundamental conheceres e rotulares os sentimentos.



Sempre que estiveres nervoso, feliz, irado, grato, ansioso, etc, pára uns segundos para dares conta do sentimento que te invade. Toma a máxima atenção a como te sentes quando experimentas o sentimento para identificares padrões e reacção na tua vida emocional e ganhares consciência do que acontece contigo nessa altura.



Verbaliza as emoções em diversas situações do dia-a-dia (”Sinto-me como...”). Esta é a melhor forma de as trazeres do teu inconsciente (onde não as podes usar) para o teu consciente (onde podes moldá-las à tua vontade).



Auto-motivação: Habilidade de criar sinergias (somar todas as partes acrescentando um valor maior que o valor unitário de cada uma delas) entre os sentimentos e direccionar-se para uma meta (de preferência anteriormente definida);



Auto-Aceitação: Uma personalidade derrotista é um empecilho e conduz a uma percepção deturpada da realidade que não te vai favorecer. (Como já aqui afirmei antes, uma personalidade optimista conduz igualmente a uma deturpação da realidade mas com a diferença que esta sim, favorece.)



Para ganhares auto-aceitação precisas de ter um discurso interior positivo, nunca alimentar pensamentos negativo/destrutivos por mais pequenos e insignificantes que eles te pareçam. Podes ver que ganhas-te auto-aceitação quando começas a rir de ti próprio.



GESTÃO DE RELACIONAMENTOS:



Empatia: Reconhecer sentimentos nas outras pessoas, entrando em sintonia com as suas manifestações verbais e não-verbais (ATENÇÃO: Desde que sejam positivas!). Aqui é crucial a extrospecção para poderes utilizar, por exemplo, a tua linguagem corporal.



Basicamente é saberes usares o “radar emocional” para perceberes o que as outras pessoas estão a sentir e quais são as suas intenções.



Envolve também aptidões mais sociais - é saber o que dizer e em que momentos, de modo a que as interacções com outras pessoas sejam efectivas e ambas as partes recebam o que querem e precisam. E muita atenção caros amigos! Isto não inclui a capacidade de manipular os outros...;



Dinâmica de grupo: Cooperação. Saber como e quando liderar e quando ser liderado.



Comunicações: Ser um comunicador nato, curiosamente implica saber ouvir. Se bem que é também igualmente importante saber fazer questões sobre o que se ouviu. Para isso tens de ter genuíno interesse no que está a ser dito. Falar com alguém para passar o tempo ou no intuito de ser amável e educado não deve estar nas tuas prioridades.



Abertura: Ser sempre genuíno, transparente e honesto com toda a gente. Valorizar a franqueza e imprimir confiança nas relações que escolhes ter.

Saber distinguir entre aquilo que alguém faz ou diz e os juízos de valor que as pessoas retiram daí.





Esta informação que acabei de partilhar contigo é a tua porta de entrada para o mundo do controlo das emoções. USA-A.



Pela minha experiência, o mais difícil de entender costuma ser que



na verdade, o problema, não é o verdadeiro problema. O verdadeiro problema, é a forma como as pessoas olham o problema.



Confuso?



Repara, se o problema fosse mesmo um problema, então, estando nas mesma circunstâncias, toda a gente reagiria exactamente da mesma forma (mal). Faz sentido?



Se reagem de forma diferente à mesma situação isso só pode querer dizer que a diferente reacção se deve à diferente perspectiva.



Aí está.



A inteligência emocional, tal como a própria evolução pessoal e tantas outras coisas na vida, é tanto mais apurada e ajuda-nos tanto mais a atingir os nossos objectivos quanto mais nós fazemos por ter a perspectiva mais vantajosa.



É vantajoso ver o lado mau das coisas?



Ora aí está uma excelente pergunta. Vamos falar um pouco sobre o incrível, o inigualável e o estapafúrdio SÍNDROME DA VÍTIMA.



Yeah! Este síndrome é mesmo do best. 



Este síndrome implica um sentimento de que, forças externas estão a causar coisas negativas na vida da pessoa e fá-la ver a vida como uma experiência passiva que lhe acontece em vez de uma activa em que ela administra o poder.



Ora, o que ganham as pessoas em se fazer de coitadinhas?



Muita coisa. Na minha opinião 5 delas fundamentais:



É a resposta fácil para lidar com dificuldades. Se costumas ver jogos de futebol ou o canal parlamento já sabes que jogar o jogo do empurra e culpar outra pessoa é sempre mais fácil do que aceitar a responsabilidade que nos cabe no que corre mal na nossa vida.



É uma excelente desculpa para não mexer o rabo. Quando a vítima és tu, não tens de te esforçar para tentar mudar as coisas. A culpa não foi tua...porque quererias mudá-las?



Atrai simpatia alheia e atenção negativa. (que sempre é melhor que ser ignorado...)



Permite quantidades massivas de manipulação. Aqueles que vivem toda a vida como vítimas geralmente tornam-se peritos a manipular os outros através da culpa e da emoção. Alguns aprendem a contar histórias de suspirar para se aproveitarem da boa natureza das pessoas que darão um suporte emocional á vítima enquanto põem a culpa nos outros usando-a subsequente para terem o que querem.



É uma excelente desculpa para não mexer a mente. Permite o uso ilimitado do pensamento irracional, emocional e automático que, como já vimos antes é o mais fácil de se fazer. É a lei do menor esforço em acção. Raciocinar logicamente dá um trabalhão do caraças e por vezes gera algumas conclusões dolorosas...



Tudo na vida tem um lado bom e um lado mau, a responsabilidade de escolher qual o lado a ser focado é única e exclusivamente tua.



A responsabilidade de tomar o lugar de vítima, ou não, é tua.



A guerra entre a razão e a emoção é ganha por quem tu decidires, basta quereres.



Pensas que tens problemas na tua vida? Pensa de novo.



Não existem problemas, existem acontecimentos a que as pessoas atribuem conotações negativas para posteriormente se focarem nelas a fim de obter uma das 5 vantagens acima descritas. Esse é o verdadeiro e único problema.



Os problemas da tua vida foste tu que os criaste ao não adoptares a perspectiva certa. Como foste tu que os criaste também podes ser tu a fazê-los desaparecer.



É difícil? Ui...nem queiras saber.



É compensador? Vou deixar que sejas tu a decidir isso...





David Veríssimo