sábado, 3 de outubro de 2009

Os 5 sentidos

Determinadas coisas altamente complexas, devido a estarmos constantemente “em contacto” com elas ou que fazem de tal forma parte de nós, parecem-nos, por vezes, simples. Muito simples.

Feliz ou infelizmente, nada é o que parece à primeira vista. Nada é simples. Principalmente quando o parece...

Talvez haja poucas coisas que ilustrem melhor esta ideia do que no caso dos nossos sentidos. Já paras-te para pensar no que são exactamente os 5 sentidos?

(As mulheres neste momento estão todas aos pulos a gritar “São 6! São 6!”  :)

Se está frio sentes frio, se te falam tu ouves, se comes um morango saboreias o doce. Simples, certo?

Errado.

Esta é a tal explicação simples que só é verdade até parares de olhar superficialmente para as coisas.

Senão vejamos.

Quantas vezes uma pessoa treme que nem varas verdes e outra ao lado dela está perfeitamente tranquila com a temperatura? Experimenta juntar um Brasileiro e um esquimó...

Quantas vezes estás tu a ver um filme daqueles que te prendem à cadeira e não ouves alguém a falar contigo?

Quantas pessoas há que detestam morangos?

...

Já não te parece tão simples agora pois não?

Então desta conversa toda podemos realçar 3 pontos importantes:

1º Os sentidos são muito simplesmente as ferramentas que a natureza te deu e que te permitem interpretar um dado estímulo.

2º Essa interpretação feita pelos teus sentidos é a realidade onde tu vives. É a única? Não, há biliões delas. Essa é a tua.

3º Uma vez que essas ferramentas são desenvolvidas consoante a vida da pessoa, toda a gente interpreta um dado estímulo de forma única e singular pois ninguém é igual a ninguém.

Chegados aqui podemos então espremer a conclusão definitiva:

Nada é real até que TU o tornes real. Repara bem...visto que o que faz a pessoa ter uma interpretação distinta do mesmo estímulo é a sua vida, consoante a forma que ele escolhe viver, assim será a sua realidade. Ou seja, a realidade em que ele se encontra, depende das escolhas conscientes que ele faz na vida e nunca de balelas da carochinha tipo “sorte” e “azar”. Na verdade, toda a gente vive como escolheu viver. Seja debaixo da ponte a pedir esmola ou num castelo Escocês de 348 assoalhadas. À primeira vista pode parecer difícil entender que quem vive debaixo da ponte à chuva e ao vento, fá-lo porque assim o escolheu mas é a pura verdade.

A questão difícil de entender é outra...

Ora bem, se um homem decide fumar durante 20 anos e acaba por morrer de cancro do pulmão ninguém diz que ele se suicidou certo? Ninguém diz que ele morreu porque quis certo? Mas foi isso que aconteceu! Que outra explicação racional existe para alguém ser fumador sabendo perfeitamente (mesmo que não o soubesse as empresas tabaqueiras dão-se ao luxo de o escrever no maço) que existem mais chances de morrer de cancro do que os All Blacks ganharem outra vez a taça das 3 Nações?

Portanto, o mais difícil de entender não é que a pessoa se tenha literalmente suicidado, é o PORQUÊ.

Se a pessoa não está contente com a sua vida a única culpada é ela que fez as escolhas erradas. Quer disso tenha consciência ou não. Ponto final, parágrafo.

É a sua capacidade para verdadeiramente compreender e aceitar isto que vai fazer a diferença. É a sua capacidade para passar a fazer escolhas conscientes que vai determinar o seu futuro.

É por isto que seria inútil, por exemplo, redistribuir a riqueza toda do mundo, ela limitar-se-ia a voltar ao local de origem. Não valeria de nada agarrar na fortuna do Bill Gates e distribui-la por todos os pobres do mundo. Passado 1 ano, 95% dessas pessoas estariam de volta à pobreza extrema e o Bill Gates estaria novamente a acumular dinheiro como se não houvesse amanhã.

Porquê? Porque não pode haver riqueza num sítio onde ela não pode ser percepcionada, porque um íman atrai ao metal, não ao papel, porque a forma de pensar e agir dos ricos “respira” riqueza e dos pobres “respira” pobreza. Cada um tem exactamente o “ar” que comprou, a vida é infinitamente justa.

Dar esmola a alguém é adiar o inevitável. Seja esmola física ou espiritual. Dar esmola é, não só ridículo, como também não serve de forma nenhuma os interesses do pedinte.

Os ricos têm uma espécie de “percepção idêntica”, os pobres têm a percepção oposta.

Um pobre vê um problema e percepciona-o como um problema. Um rico vê um problema e percepciona-o como uma oportunidade.

Um pobre olha para as faíscas que saltam do carrinho de choque. Um rico olha para a feira.

Um homem comum pensa em pedir. Um homem de qualidade pensa em dar.

Um homem comum culpa. Um homem de qualidade assume.

Um homem comum mente, manipula e destrói. Um homem de qualidade fala do coração, liberta e constrói.

Um homem comum esvazia uma banheira com uma colher de chá. Um homem de qualidade destapa o ralo.

Ambos vêem EXACTAMENTE A MESMA COISA a ÚNICA diferença é a forma como eles ESCOLHEM percepcionar essa coisa.

Como poderia a realidade ser igual com interpretações tão diferentes?

Mas mais importante ainda: Onde é que tu podes arranjar essas interpretações? Isso vende-se ao quilo? Tem que se importar da Tailândia em arcas frigoríficas?

Olha, estás com sorte porque parece que há uma promoção qualquer que, se perderes 15m por dia a procurá-la ela é grátis até ao fim da tua vida.  :)

Ok, tirando a parte da publicidade idiota o resto é mesmo verdade. As percepções constroem-se por encomenda.

Como?

Repetição.

Como é que se “constroem” bombistas suicidas? Achas mesmo que alguém morre de livre vontade por dá cá aquela palha? Pois...

Então o que fazem eles para além de lhes dizerem que têm não sei quantas virgens à disposição? (finalmente descobris-te porque não há bombistas suicidas do sexo feminino  :)

Isso mesmo. Repetição.

Eles pegam na pessoa e dizem-lhes tantas vezes que ser bombista é bom e que vão ser uns heróis e que não sei quê que alteram, literalmente, a percepção da realidade dessa pessoa.

As pessoas não fazem ideia do que a força da repetição é capaz...se não mudasses mais nada na tua vida e a partir de hoje começasses simplesmente a dizer TODOS OS DIAS ao levantar “Este dia vai ser péssimo, tenho um mau pressentimento, algo de muito ruim vai acontecer”, guess what? A tua vida ia mudar radicalmente...e digo-te já que não era para melhor. Tudo devido ao poder da repetição.

Este é o poder da repetição verbal. Depois existe o poder da repetição dos pensamentos e das acções.

Se juntares estas 3 forças e fores suficientemente persistente não vais acreditar no que te acontece!

O domínio dos sentidos é uma das coisas mais importantes para quem quer tornar-se num homem/mulher de qualidade. É disto que vamos falar no próximo post: Maneiras concretas de moldar a tua percepção da realidade para que ela jogue a teu favor e possas dar uma goleada à vida.

YEEAA!

Enquanto o dia não chega vai pensando nesta questão:

E se em vez de repetires acções, palavras e pensamentos que te minam o caminho repetisses acções palavras e pensamentos que te ILUminam o caminho?

Hmmm...

 

David Veríssimo

planeta.marte@portugalmail.pt ou planeta.venus@portugalmail.pt

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