sexta-feira, 1 de maio de 2009

Toda a gente tem uma história para contar


(Pode até ser uma história da caca mas, ainda assim, é uma história. E, ao contrário da gripe, é única e intransmissível.)


Ponderei bastante se haveria de colocar aqui algo tão pessoal e íntimo e certamente que não vou voltar a falar sobre mim tão cedo mas pondo-me no lugar de quem venha a acompanhar os desenvolvimentos do blog, achei importante saber a “história por detrás do homem”. Para além de adorar uma boa história de vida, a descrição que se segue, contextualiza um pouco as coisas.
Portanto, depois de escrever umas quantas dezenas de páginas, censurei uma dúzia ou duas e o que se segue foi o resultado. As mulheres talvez achem “querido” ou “fofinho” e os homens talvez achem uma paneleirisse pegada mas hey! No problem, homem que é homem também não pode andar para aí a ler novelas, já bastam as 37 que dão todos os dias na TVI. :)


Comecemos então pelo princípio…


Aos 21 anos descobri que tinha um irmão gémeo do qual me separam à nascença, descobri que a minha namorada afinal era minha prima e que havia uma velhinha no cú de judas que ganhava 25€ de reforma e gastava 470 em medicamentos…ok, estava a brincar…



Desde cedo que sinto um particular fascínio e admiração pela mulher em si e por todo o seu singular e incrivelmente complexo universo (tornando quase patético o seu congénere masculino) e desde sempre fui um puto relativamente bem-parecido que, regra geral, não tinha problemas de maior para atrair o sexo oposto. Se ganhasse interesse em alguma rapariga era como se um interruptor dentro de mim ligasse e a magia acontecia por si só…quando atingi a maioridade as coisas começaram realmente a ficar fora de controlo e penso poder dizer que me tornei numa espécie de D. Juan versão Júnior em piloto automático. Tinha uma auto-confiança de betão armado, era astuto, inesperadamente divertido e fora do vulgar. Um autêntico íman de pessoas. Era algo completamente natural em mim que não precisava de aviso prévio nem licença para levantar voo. Tudo o que eu fazia tinha um je ne sais quois intrínseco que fazia o meu leque de opções amorosas e o meu magnetismo alargar a cada dia que passava. E o mais engraçado é que se me perguntassem o que é que eu tinha feito eu encolhia os ombros porque, em boa verdade, não tinha feito absolutamente nada…



Temos portanto um conto de fadas com passarinhos a chilrear, vacas a pastar nos vastos e verdejantes prados e querubins a oscilar gentilmente duas folhas de bananeira.


Até que chegou o dia que iria mudar a minha vida para sempre...
Corria o ano de 2004. O mês era frio, talvez para contrastar com o que estava prestes a acontecer. Fui normalmente carregar o meu telemóvel a uma loja do centro da cidade e coloquei-me na respectiva fila de espera. Um odor estranho mas agradável circundava a minha zona de respiração e por ali ficou uns instantes. À minha frente, voltada para o balcão, estava o que me parecia ser uma rapariga bastante jovem e desgrenhada. Não tardei a confirmar o segundo adjectivo quando ela transformou o acto de um simples pagamento numa missão para o Indiana Jones. Mas antes de abrir a carteira das “moedas irrequietas” ela teve de fazer uma coisa que me perseguiu durante bastante tempo: Dizer o número de telemóvel.


Aqueles 9 dígitos saíram directamente dos lábios dela para o topo da minha cabeça. E ali ficaram…a flutuar no ar, qual aureola de santo.


Hmmm…acho que vou ligar-lhe…mas digo o quê? “Olá eu sou o tarado que estava atrás de ti na loja da Optimus e que aproveitou o facto de teres de dar o teu número ao balcão, para te assediar telefonicamente até te sentires compelida a ir comigo para a cama”? Hmmm…capaz de não ser boa ideia…que se lixe, mandei um sms.


Bom… ignorando os pormenores sórdidos :) lá acabei por descobrir que o nome dela era Isabel. Uma coisa levou a outra e, depois de a nossa intimidade ter subido alguns níveis (muito embora não namorássemos), no dia 1 de Janeiro de 2005 pouco depois da meia-noite a relação evoluiu para uma coisa relativamente séria.


Namorámos de forma bastante intensa, mas havia algo que não estava certo. Havia algo que era suposto haver entre um casal de namorados e que não havia ali. Durante todo o tempo de namoro, ela nunca ouviu a palavra “Amo-te” da minha boca…não…ela nunca ouviu sequer um simples “eu gosto de ti”…pois, eu sei…que raio de coisa não é? Namorar com alguém 400 ou 500 dias e nunca ouvir a “palavra mágica”. Mas foi assim que se passou. Lembrava-me por graça do filme American Pie em que uma jovem carregada de sapiência aconselhava um colega: “Se a queres levar para a cama diz-lhe que a amas! Comigo resultou…”
Enfim, de inicio não queria dizer nada porque não queria dizer algo que não sentia mas nem com o passar do tempo as coisas mudavam. Não que nós fossemos incompatíveis ou isso mas pura e simplesmente - vejo isso agora - porque eu não deixava.


A única maneira de não deixares que alguém parta a tua casa toda é não deixares ninguém entrar nela, certo?


Errado.


É não teres nada que se parta. Eu posso partir uma casa toda por dentro sem entrar nela…


Enfim, discussões filosóficas à parte, as coisas arrastaram-se e como é óbvio a dada altura fui obrigado a sentar-me e a decidir se tinha o direito de continuar a fazer sofrer a Isabel ou se devia dar uma chance à relação expondo-me (também). Estava a ter uma atitude bastante infantil e era fácil de ver que se não “desse o peito às balas” seria impossível ter uma relação fosse com quem fosse, logo…porque não fazê-lo com uma pessoa que deu tanto de si à relação?


(Vou abrir aqui um parênteses porque é necessário explicar este “deu tanto de si”. Não vale a pena entrar em demasiados pormenores que nem interessa estar aqui a mencionar mas tenho de lhe fazer justiça e dar um exemplo bem ilustrativo: Se há coisa que eu sou é directo. Sou homem de uma só palavra. E antes de iniciar a relação disse-lhe que o facto de me envolver com ela não seria suficiente para, eventualmente, não me envolver com mais ninguém. É duro de ouvir…mas a resposta dela é de quem acredita de coração e dá tudo o que tem ao sujeitar-se desta maneira: “Enquanto eu beijar a ti, não vou beijar mais ninguém”. Pode não ter sido a escolha inteligente mas foi sem dúvida a escolha que mais prova que se gosta de alguém e se está pronto a arriscar tudo por um ideal. Num contexto extremista faz-me lembrar os soldados que se alistam para ir para a guerra. No Vietname a esperança média de vida na zona de guerra eram uns míseros 15 segundos. Alguém que se alista voluntariamente para morrer em 15 segundos de inferno na esperança de fazer os possíveis para alcançar o ideal em que acredita, é alguém a quem não se pode pedir mais.)


Cheguei então à inevitável conclusão de que não era justo manter-me a mim e a ela na “terra de ninguém” e fui, pouco a pouco, abrindo o meu coração a ferros e deixando cair partes pesadas da armadura que me limitava os movimentos emotivos. Quanto mais tentava mais fácil se tornava até que chegou o dia em que me senti liberto a 100%. Foi um sentimento magnífico! Indescritível! Nunca me tinha sentido assim…desorientado e ao mesmo tempo dono do meu destino…vulnerável e ao mesmo tempo poderoso como um trovão…acabaram-se as barreiras. O novo “Eu” tinha partido a casca e via agora a luz do dia, o novo “eu” sentia pela primeira vez aos 24 anos um palpitar estranho no peito…o gelo tinha derretido, o que poderia correr mal agora?


Numa noite fria abracei-a, protegi-a com o meu sobretudo e sem apresentações de maior disse-lhe “Amo-te”, olhando-a bem fundo nos olhos.


A resposta não se fez ouvir. A que eu esperava pelo menos…dos lábios dela pelo menos…mas os olhos…os olhos já se sabe que nunca mentem. Sabia que algo não estava certo mas não sabia bem o quê. Ainda não dominava os meus recém adquiridos “sensores” com mestria.


Os dias passaram. Na altura fui estudar uns tempos para a cidade dos 5 “F” mas o único F que eu notava era o de “Fria”…os tempos que passei lá foram um tumulto. Não do frio da rua mas do frio dentro do meu peito. Não sabia o que fazer. A maior certeza da minha vida tinha-se revelado o maior desastre. Não estava bem em pé, não estava bem sentado, não estava bem deitado, dormir era a pior parte do dia. Na minha cabeça ecoavam notas altas de uma guitarra eléctrica desafinada com o volume no máximo. Via as pessoas passar na rua e não entendia como podiam andar assim, contentes e despreocupadas. O telemóvel apitou quatro vezes.
-“Acho que devemos dar um tempo e ver o que acontece…”
-“Podemos antes falar pessoalmente?...”…“Por favor?”
Não podíamos. A sentença estava ditada. E por sms.
Sozinho, numa terra estranha e fria, fui condenado a pagar pelo erro de dar uma chance ao amor. Não sabia o que pensar. Não sabia como o novo “eu” ia reagir e estranhava aquela calma profunda que me invadiu subitamente.
Comecei a caminhar sem destino. As minhas pernas deixaram de me obedecer e em vez de se dobrarem para me permitirem deitar no chão e dormir, levavam-me para sítio incerto.


Depois de caminhar durante o que me pareceu serem horas a fio cheguei a um castelo abandonado. Levantei a cabeça e vi que a entrada estava desimpedida. Subi ao topo e coloquei-me na borda do muro. Os meus sapatos fizeram cair pequenas pedras que ali se encontravam. Ao encontro delas iam as minhas lágrimas que caiam aos pares.


Anoitecia. Não sabia bem o que estava a acontecer mas sabia o que aquela situação podia representar: No more pain. Não sei quanto tempo ali estive mas por fim levantei a cabeça e gritei o mais alto que pude “COBAAAAAAAARDE!”…grandessíssimo…cobarde…


Voltei à albergaria, deitei-me como estava e dormi até de manhã.
O curso terminaria daí a uns dias e assim que cheguei a Castelo Branco tomei aquela que seria ao mesmo tempo a pior e a melhor decisão da minha vida. “Lutar” por ela.


Por “lutar” entenda-se “manipula-la”, entenda-se “humilhar-me”, entenda-se “fazer coisas que eu achava que ela ia gostar que eu fizesse para que desse modo ela visse como tinha cometido um grande erro ao deixar uma pessoa tão especial como eu”. Típico não é?


Fiz e disse coisas que não condiziam com a minha personalidade nem com aquilo em que eu acreditava.
Não me orgulho disso.


A gota de água surgiu num dia frio. Mais um.
Chovia copiosamente e decidi que precisava de me humilhar mais um pouquinho por isso fui até à rua dela e…esperei. Esperei pelo quê? Não sei, mas o simples facto de estar mais perto dela servia de ben-u-ron. Quem sabe poderia conseguir falar com ela. Quem sabe apareceria um urso cor-de-rosa chamado Rogério para eu desabafar. Quem sabe viria um camião desgovernado e me levava dali pelo chassis.


A chuva não podia molhar mais a minha roupa nem o meu corpo.
Fui até ao lado do prédio onde se via a janela do quarto dela, nas traseiras, e olhei para o 3º andar. Não tenho a certeza se lhe enviei uma mensagem mas ela apareceu lá no alto. Disse algo que não percebi muito bem e desapareceu algo incomodada. Aquilo para mim foi um sinal claro que devia esperar só mais um pouquinho…estaria certamente à procura de um guarda-chuva e uma gabardine e não encontrava, só podia. Não ia deixar-me ali especado à chuva e ao vento.
Anoiteceu. As horas passaram e as janelas vazias dos prédios circundantes começavam a ser menos que as que delineavam silhuetas intrigadas. Eu mantinha-me na mesma posição desde que ali estava. Sem mexer um único músculo. A dor física que sentia camuflava a dor que tinha no peito por isso aceitava-a como uma dádiva.


A chuva era gelada e amarga. Comecei a ter pequenos espasmos e tremores que passaram de ligeiros com intervalo de meio minuto para, ininterruptos e incontroláveis. Apertava as mãos fechadas com toda a força que me restava, no intuito de não perder o controlo mas já mal me aguentava em pé. Via pessoas ao telefone a apontar freneticamente para mim quando senti uma dor aguda que me atravessou a espinha e me fez tombar…finalmente.


Não sentia os braços nem a maior parte das pernas mas consegui chegar até ao carro. Liguei o ar quente no máximo até conseguir abrandar os tremores a ponto de conseguir levar o carro sem falhar por mais de 1 metro para cada lado a rota pretendida.


Sobrevivi.


Ainda tentei manter contacto por mais alguns dias, mas certa vez peguei numa foto nossa e tentei chorar. Não consegui…o que tinha sido tão fácil e natural até ali, parou de ser. Tinha esgotado as lágrimas. Bati no fundo.


Chega desta palhaçada! Chega de me andar a arrastar pelos cantos feito um anormal! Chega de tentar ser o que não sou! Chega! Chega!


Algo mudou naquele instante.


Agora só havia uma coisa que me impedia de me distanciar totalmente e seguir a minha vida: A razão. O porquê. Ainda hoje estou à espera de ouvir da boca dela a razão que a levou a terminar a relação comigo. (Não por falta de lhe ter perguntado). Para ser honesto, isso talvez me magoasse mais que o próprio fim da relação. É que foram quase dois anos, não foram dois meses! E ser julgado sem ouvir a acusação é tramado.


Uma vez que a opção “perguntar pela enésima vez” estava fora de questão decidi descobrir por mim…


Descobrir por mim não implicava pagar a um detective privado para vasculhar a vida dela, implicava…descobrir por mim. Não era ser eu a fazer o trabalho do detective (também não desci tão baixo assim…), era tentar perceber como funciona isto das relações humanas. Afinal, o que é que leva duas pessoas que nunca se viram na vida a passar de desconhecidos para namorados. E o que é que leva as mesmas duas pessoas que fizeram juras de amor eterno a passar de namorados para desconhecidos? Será que há uma base onde tudo gira ou estamos a falar de coisas que nunca poderão ser entendidas quanto mais estudadas? Porque é que existe atracção instantânea ou repulsa entre duas pessoas que nem sequer se conhecem? Quais são os critérios que devemos ter em conta para construir uma relação de qualidade? Seria possível amar e querer distância ao mesmo tempo? Haveria pessoas destinadas a ser bem sucedidas tal como outras a ser “becos sem saída” amorosos? Tinha tantas perguntas na minha cabeça…mas será que a resposta a estas perguntas me daria a resposta que eu procurava? Só havia uma maneira de saber…


Estudei de forma perfeitamente…obsessiva. Lia tudo o que aparecia sobre o tema. Não dormia, não comia. Cheguei a estudar durante 12 horas seguidas. Sem pausas. Isto tudo conjugado com o meu trabalho normal.


Li montanhas de livros que garantiam que a solução era ser “genuíno”, ser “eu mesmo” fumar um charro e relaxar, li outros que juravam a pés juntos (páginas juntas?...) que tentar atingir um objectivo pela anarquia era tão inteligente como tentar apagar um fogo com gasolina. Li mais uns quantos autores que achavam que isto só lá ia com pozinhos de perlimpimpim, outros achavam que a homossexualidade é que era natural, outros queriam rapar-me a cabeça e converter-me ao budismo, alguns davam contactos de casas de alterne e houve um que no final do livro disse que o burro era eu se acreditasse numa única palavra que ali esta escrita…fuck…


Tinha agora mais dúvidas do que quando comecei!


Como é que eu agora vou conseguir saber qual destes marmelos é que fala verdade? Se é que há uma verdade! A minha cabeça estava prestes a estoirar.
Mais uma vez, só havia uma maneira: Testar. Uma por uma.


Fui então para a rua experimentar um pouco de tudo.


Até aquele dia tentar entender as coisas pela lógica e pelo senso comum só me tinha dado dores de cabeça por isso decidi deixar o raciocínio lógico em casa embrulhadinho em papel celofane. É óbvio que tinha a minha opinião formada e sinceramente achava que ia meter-me no molho de brocas da minha vida mas subitamente apercebi-me que as opiniões servem para pouco mais que conversar. Podia filosofar toda a tarde sobre como eu achava que ia experimentar o doce sabor de uma qualquer mala Louis Vuitton se chegasse ao pé de uma rapariga desconhecida e lhe dissesse que achava que ela devia pagar-me um copo em vez de continuar insistentemente a olhar-me para o rabo. Claro que podia. Mas a verdade é que enquanto não transformasse as palavras em actos, nunca podia ter 100% de certeza do que estava a dizer.


Fiz algumas coisas altamente fora de contexto a roçar a ordinarice. Errei como se não houvesse amanhã. Experimentei coisas que me fizeram querer que se abrisse um buraco por baixo de mim. Uma ou outra vez estive perto de saborear a dita bolsa ou mesmo algo mais resistente gentilmente oferecido por namorados mais sensíveis. Mas a verdade, verdadinha é que o que eu tinha a certeza absoluta, sintética, analítica que ia acontecer...teimava em não acontecer. 99% das que não queriam conversa limitavam-se a ignorar-me ou grunhiam qualquer coisa com ar de “olha-me este agora” e viravam costas. Muito poucas se exaltavam. E surpresa das surpresas…algumas riam! E chamavam-me “parvo” enquanto me batiam no ombro! E mandavam uma piadola qualquer de volta! E eu respondia! E acabávamos na conversa até o bar fechar ou a vaguear pela rua com uma garrafa de moscatel contando anedotas de qualidade duvidosa ou deitados na relva de uma qualquer rotunda a observar a lua e a ler livros sobre astrologia chinesa. Quem diria hã?


Aprendi uma boa lição: Nem todas as mulheres anseiam uma oportunidade para ignorar e enxovalhar um homem. Nem todas têm um namorado de 2.20m de largo escondido atrás do balcão. Algumas têm sentido de humor! A sério! Algumas chegam a casa muito tristes por não haver mais homens que tenham a coragem de chegar ao pé delas e dizer um simples “Olá”. Eu acho que se os homens conseguissem ler o pensamento das mulheres ganhariam muita coragem para iniciar uma interacção com uma desconhecida…


Cheguei então à conclusão que o medo da rejeição demasiadas vezes nos impede de fazer coisas que melhorem a qualidade das nossas relações. Cheguei à conclusão que as pessoas levam tudo demasiado a peito.


Mas não me ficava por aí. Passava horas seguidas sentado num bar a observar meticulosamente as pessoas, a forma como elas se mexiam e interagiam, a forma como elas pegavam no copo, a forma como se sentavam, a forma como falavam e todas as dinâmicas que aconteciam no grupo. Tentava perceber o porquê de agirem de uma maneira e não de outra. Via que tipo de linguagem corporal tinham os que saíam com uma acompanhante que não tinham trazido. Via as particularidades da linguagem corporal das acompanhantes que iam com eles. Ia para a rua e passava tardes a olhar para uma cabine telefónica, andava nos passeios e via as pessoas a comunicar umas com as outras sem sequer se aperceberem disso! Eu estava completamente abismado. Tanta informação interessante! Como teria sido possível viver até ali sem notar coisas tão óbvias que se passavam à minha frente todos os dias?


Enfim…tive de reaprender tudo aquilo que estava na minha natureza e que perdi por não me ter mantido fiel a mim mesmo. Hoje olho para trás e consigo explicar por palavras o que levou determinada atracção a ser criada num determinado momento da minha adolescência ou o que fez com que a Isabel terminasse a relação comigo naquele dia frio de Inverno sem ter sido necessário ela dizer-mo…
Tenho aprendido coisas novas quase todos os dias e descobri que um dos propósitos da minha vida é ajudar outras pessoas nas suas relações com o sexo oposto e até com elas próprias, sem terem de passar pelo caminho longo e tortuoso que eu passei.


É certo que eu ainda tenho muuuuuuito que aprender e não sou nenhum dono da verdade. Sou apenas alguém com uma curiosidade desmedida que gosta de aprender e evoluir independentemente dos obstáculos externos que se apresentem. Sou apenas um...guerreiro da luz.



Se tu estás farto de viver na escuridão e queres guerrear ao meu lado as forças das trevas, sê bem-vindo a bordo, os únicos requisitos são integridade e uma vontade de aprender indomável. Jump in!




Torna a primeira derrota na vitória final” – Sun Tzu
David Veríssimo
P.S.- Isabel, onde quer que estejas, obrigado por teres sido o maior pesadelo da minha vida. ;) Que sejas feliz.

11 comentários:

Unknown disse...

Olha David, aquilo que o aprendiz chama de casulo, o mestre chama borboleta.
Adorei a tua história.
Agora faz-me dois favores:
Continua fiel a ti mesmo, como tu referes, mas nunca deixes de dizer AMO-TE, esta palavrinha tem muitos significados. Amanhã podes dizer -"AMO-TE MÃE!!!"
Sílvia Bento

David Veríssimo disse...

Silvia, parece-me que este assunto é um tanto ou quanto extremista: Ou se diz "amo-te" demasiadas vezes e se banaliza a palavra ou raramente se diz...não há aqui um meio termo.

Passemos a dizê-la quando a sentirmos verdadeiramente E na altura certa mas principalmente passemos a AGIR de acordo com ela porque as palavras não passam disso mesmo...

Anónimo disse...

ola david!! bem em primeiro devo dizer-te que axo que tens jeito para a escrita, em segundo tenho de criticar a extensão dos teus post's...tenta faze-los mais pequenos!! em terceiro...concordo ktg em relação a resposta ao comentario da silvia: dize-lo muitas x's banaliza a palavra, primeiro tens o "gosto de ti", depois tens o "amo-te" e dp o que vem?nada! o "amo-t´" é tudo! no entanto continua a acreditar no amor, amor proprio também é amor!!e e muito, mas muito melhor sermos por nós do que por outra pessoa que pode vir a revelar-se algu+em que afinal não merecia o nosso amor...enfim...já dizia os esteves cardoso:" o amor é fodido"...

ass: outra silvia

David Veríssimo disse...

Olá "outra Silvia".
(Se houver mais alguma Silvia a comentar este post eu corto os pulsos)

Tenho consciência que, principalmente o 1º post, está relativamente grande e acredita que a 1ª vez que o escrevi estava bem maior...publiquei-o assim porque é um post "especial" e porque se reduzisse muito mais ia perder o sentido. Daqui para a frente vão passar a ser bem menores. De qualquer forma, obrigado pela dica. Manda vir sempre!

Quanto a entregarmo-nos a alguém que pode vir a revelar-se pouco digno de receber o nosso amor tenho 2 comentários:

1º Toda a gente, merece e é digna do nosso amor.
Negares-lhe isso não vai mudar o que ele é mas vai mudar o que TU és porque quem sente o sentimento (passe a redundância) és tu e não ele. É como odiares alguém, repara: O ódio está dentro de ti. Quem sente o ódio e tudo o que daí advém, és tu não é a pessoa que tu odeias, logo é a ti que vai fazer mal. Com o amor a ideia é a mesma. Não interessa quão merecedor do nosso amor uma pessoa é, o amor e a compaixão não devem ser conquistados devem ser dados de mão beijada.

2º Se essa pessoa a dada altura se "revela" e mostra o seu verdadeiro carácter então o problema foi tu não o conheceres verdadeiramente. Faz sentido?

Mas tocas-te num excelente ponto e entendo perfeitamente porque o dizes. Muitos homens quando conhecem uma mulher encarnam uma personagem e a mulher fica a pensar que encontrou o principe encantado. O problema é que depois de conseguirem o que querem passam de principes a sapos não é? Pois...

Mas continuo a dizer, isso só aconteceu porque a mulher não soube distinguir os sinais claros que TODOS esses homens enviam constantemente a dizer que não são de confiança. Estou a preparar um post que vai deixar bem claro para todas as mulheres como é que se distingue o trigo do joio. Depois de o leres a tua relação com o sexo oposto nunca mais será a mesma.

Mantém-te atenta...

Anónimo disse...

olá,

acabei de conhecer este blog, depois de ver um comentário teu no Cool Vibes e vou passar a ler, uma vez que este tema me interessa e quanto mais conhecimento adquirir, melhor!
A tua história não é muito diferente da minha, embora eu seja mulher passei pelos mesmos degraus... Primeiro, paletes de interessados sem eu saber de onde nem como choviam, depois meu genuino interesse e entrega a alguém que não correspondeu da forma que eu mais desejava o que culminou no meu interesse nesta dinamica de relações... Só uma diferença: nunca deixei de ter paletes de interessados sem que eu fizesse nada por isso, simplesmente essa situação me confundia ainda mais...

Acredito que tudo o que acontece é para nosso bem e obviamente o fracasso (teu e meu e de quantos mais?) ajudaram a trilhar este percurso de autoconhecimento e evolução pessoal impossivel de alcançar se tudo tivesse corrido às mil maravilhas...

Desejar felicidade aqueles que nos magoaram é a melhor faceta que o amor pode ter.. também sinto isso e gostei de ver o teu PS :)

Saudações e até breve ;)

David Veríssimo disse...

(Resposta ao comentário de 14 de Junho de 2009, 0:02)

Oi, tudo fixe?

Obrigado pelo teu comentário.

Gosto de pessoas com sede de conhecimento.

Não cheguei a perceber se agora já entendes o porquê dessa diferença entre as nossas histórias (teres tido sempre paletes de interessados) mas seja como for aqui vai:

Pelo que consigo perceber, provavelmente és uma mulher bastante atractiva fisicamente ou, se não és, não andas muito longe disso.

Para a generalidade dos homens isso é mais do que suficiente.

Aliás, sempre disse que uma mulher, mesmo que encaixe na categoria de "fisicamente aceitável", não precisa de fazer muito mais do que estalar os dedos para ir para a cama com um homem.

Para muitos basta que seja mulher... :)

Portanto, a diferença surgiu por isso.

E arrisco até dizer que essas "paletes de homens" estariam a aproveitar-se do teu estado frágil para tentarem levar-te para a cama.

(Este comportamento é tipico e existem muitas mulheres que vão na canção do bandido.)

Digo isto porque, se estavas da forma que eu estava, não haveria muitas pessoas genuinamente interessadas em falar ou estar contigo para além dos teus familiares.

E nem todos! :)

Também acredito que o sofrimento traz conhecimento e evolução. As pessoas que têm a vida muito facilitada e recebem tudo de mão beijada, geralmente andam um pouco "perdidas".

É como aquela história da borboleta que está no casulo a tentar sair, quando aparece alguém preocupado com o sofrimento dela e lhe corta o casulo, ajudando-a a sair.

É um gesto com a melhor das intenções mas com o pior das consequências porque o esforço que a borboleta teria de fazer para sair do casulo era essencial e necessário para a dotar da resistência que ela teria de ter quando tentasse bater as asas e voar.

É por isso que muito bonito pescares um balde de peixe para alimentares uma familia mas é bem mais produtivo ensinares um membro dessa familia a pescar.

É por isso também que devemos dar graças pelas dificuldades que nos aparecem na vida e pelas pessoas que no-las trazem.

Vai dizendo de tua sentença.
Saudações!

Anónimo disse...

oi, tudo bem por aqui!

pois, já me tinha apercebido dessa facilidade do interesse masculino em qualquer mulher minimamente apresentável que se cruze no seu caminho :) confesso que sempre me fez imensa confusão porque simplesmente nunca consegui ser assim, nunca consegui interessar-me facilmente por qualquer pessoa só porque sim... e, estando interessada em alguém em particular, mais ninguém no mundo me fascinava/interessava!

(muitos dos homens que me abordavam mantinham relacionamentos com outras mulheres e mostravam-se completamente disponiveis para mim e isso ainda me deixava mais confusa porque acredito no amor de 1 para 1, na entrega total e absoluta e não compreendia a farsa que afinal é a maioria das relações... agora já começo a perceber um pouco tudo isso)

felizmente sempre fui muito reservada e transpareço que está sempre tudo bem comigo, mesmo que não esteja porque apesar das duvidas e dificuldades, a vida não pára e, no meio dos azares, há sempre algo a correr-me extremamente bem e é nisso que me ligo, os problemas ficam para as horas de insónias (também, para quê dormir? há anos que 3 ou 4 horas de sono por noite me bastam...)! Dificilmente a aproximação era a tentativa de tirar partido do meu estado frágil porque no fundo nunca estive realmente frágil mas mesmo que fosse, daqui nada levariam, sou e sempre fui bastante selectiva e tudo o que vejo e vivo são apenas mistérios que sinto vontade de decifrar :)

Obrigada pela tua resposta e pelo conhecimento que estás disposto a partilhar neste espaço!! Acredito que ajudará a encaixar mais algumas peças do meu puzzle :)

Anónimo disse...

Olá David.
Tive conhecimento do teu blog através da Inês da Covilhã...
Quero dizer-te q adorei a tua história e que foi dificil não deixar cair uma lágrima... Porque na verdade a tua história faz-me lembrar um pouco o que eu neste momento estou a passar... Simplesmente não tenho força para me libertar deste poço fundo e escuro... Cansada... muito cansada de me humilhar...

Vou continuar a ver o teu blogue... parece-me bastante interessante :)

Tudo de bom e continua a escrever assim...

Tânia

David Veríssimo disse...

Oi Tânia!

Sê bem-vinda ao meu blog. Agradeço muito o teu apoio.

Sabes, eu de facto gosto da minha história, ela é muito bonita e provavelmente daria um óptimo enredo para um daqueles filmes "carne para canhão" que passam nos Domingos à tarde mas a verdade é que não foi o que eu passei que determinou o que eu sou hoje.

Não é o passado das pessoas que determina o seu futuro. O que determina a vida das pessoas são 2 capacidades muito simples:

1º Capacidade de decidir

2º Capacidade de se manter fiel a essas decisões.

Aposto que já decidis-te 1001 vezes que não ias continuar a sofrer por alguém que não te merece, o problema é que depois a 2ª capacidade é dura de utilizar não é?...

Tânia, aqui não há formulas mágicas que vão quebrar o encantamento e por tudo bem de um dia para o outro. Tu tens decisões dificeis a tomar e um caminho longo a percorrer.

Se te sentires confortavel e se achares que pode valer a pena, envia-me a tua história por mail e eu tentarei ajudar no que puder.

Senão, procura inspiração e força noutro lado qualquer, traz de volta a energia positiva para a tua vida, escreve um livro, inscreve-te numa aula de budismo, constroi uma capela no Nepal, vê meia dúzia de comédias seguidas, transfere 100 000€ para a minha conta :)

Seja o que for que decidas, não decidas estagnar na mediocridade.

Toma as rédeas do teu futuro e acredita em ti! ;)

a gaja que nao vale dinheiro branco disse...

és o maioriiii!!!!!

David Veríssimo disse...

Hey, pára lá de me assediar Silvia Maria! Se me queres pedir em namoro pede e pronto. (Mas digo-te já que não vais ter sorte porque tu não vales dinheiro branco pá)